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E se alguém te pedisse para definir o que é ser homem?

E se alguém te pedisse para definir o que é ser homem?

E se alguém te pedisse para definir o que é ser homem?

É uma pergunta simples, mas que não permite respostas básicas. Até porque “ser homem” vem ganhando significados diversos nos últimos tempos.

Para começar a formular uma resposta foi preciso avaliar contextos culturais, sociais e históricos. No entanto, de uma forma geral e muito simples, penso que ser homem pode ser entendido como a reunião, em um indivíduo, de características biológicas, físicas e psicológicas que são socialmente associadas ao gênero masculino.


Estas características podem passar por ser heterossexual, fisicamente forte, conquistador e sexualmente experiente e disponível, falar firme e grosso, ser trabalhador, competitivo, bem-sucedido e provedor, dar conta de tudo, sem precisar de ajuda e estando sempre no controle, pouco disponível para reflexões, emoções, fragilidades ou vulnerabilidades… e a lista pode ser bem extensa e algumas características são construídas no subconsciente do indivíduo, desde o nascimento dos meninos… e também das meninas, por expectativas da sociedade. Aqui não podemos esquecer de que se distanciar de qualquer característica ou comportamento feminino é condição imperativa para ser homem, em qualquer fase da vida.



Então, dá para dizer que para ser homem é preciso ser um acumulador das características mencionadas acima e somar mais umas tantas que vocês proporiam para completar a lista?

Poderíamos escalonar o “ser homem” de 0 a 10, sendo 0 pouco homem e 10 muito homem, de acordo com o número de características que cada indivíduo acumulasse?

Penso ser importante frisar que reunir características ou não, não torna um indivíduo nem mais nem menos homem. É preciso entender o quanto das características é natural do indivíduo e o quanto trata de expectativas sociais definindo comportamentos.

Para mim, hoje, ser homem passa mais por um modo de performar no mundo do que por características reunidas. Engloba a educação para a auto-observação física e psicológica, autoconhecimento e autocuidados, o desenvolvimento da habilidade de interação, escuta, aceitação e respeito para com as mulheres e a todas as diversidades, estar disponível para troca de afetos, aceitar as falhas, saber pedir perdão e pedir ajuda.. e a lista aqui também pode ser extensa.


Fato é que este movimento nos guia para escolhas menos determinadas pelo que é esperado dos homens mas sim para escolhas determinadas pelo que convoca nossas emoções e sentimentos.

A construção social do gênero masculino pode e deve ser questionada, desconstruída e ressignificada sempre que necessário e a diversidade e a complexidade das identidades de gênero devem ser reconhecidas e respeitadas.

Quando comecei a refletir sobre o “ser homem”, me dei conta do quão limitada era minha percepção. Foi um susto quando percebi que meu modo de lidar com os atravessamentos da vida não condizia com a ideia do homem que eu queria ser.

Hoje, me sinto em paz com minhas masculinidades, mas há um caminho ainda a ser trilhado.

Independentemente de sexo biológico ou identidade de gênero, nós homens precisamos desenvolver performances possíveis para convivamos com saúde mental, possibilitando encontros mais reais, sinceros e honestos.

Henrique Lamaita


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Henrique Lamaita

O melhor observador de mim mesmo. Fazendo e vivendo o que é possível a cada dia, com a certeza de que é o melhor investimento na felicidade. 50 anos com rosto, corpo e disposição de um homem de 50 anos.

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1 Comentário

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  • Parabéns! Pelas reflexões e principalmente pela sua autodescrição.

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