Histórias de Vida

Sorte no amor? Nem no jogo…

Sorte no amor? Nem no jogo…

Sorte no amor? Nem no jogo…

Você se considera uma pessoa sortuda ou azarada?

Difícil responder com sinceridade, não é? Dizem que quem tem sorte no amor não tem no jogo… e vice-versa. Mas eu juro que existe um grupo seleto — talvez 1% da população mundial — que não tem sorte nem em um, nem em outro. E, infelizmente, eu faço parte desse grupo.

Parece até piada: no auge da liberdade e da maturidade sexual, encontrar um parceiro — seja amoroso ou apenas para uma boa conexão — virou uma missão quase impossível. É como procurar uma agulha no palheiro.

Você sai por aí: vai a bares, restaurantes, aceita os convites dos amigos… e, no fim da noite, está de novo sozinha. Pois é. Vinha sendo assim, até que um dia eu achei que o destino tivesse, finalmente, decidido brincar a meu favor.

Tudo começou com… uma entrega errada…

Sim, o carteiro deixou um pacote importante no meu apartamento por engano. Como boa cidadã (e curiosa, confesso), resolvi levar pessoalmente ao verdadeiro dono. Bati na porta, e quem me atendeu foi ele — um sorriso lindo, daqueles que desarmam até a alma.



Expliquei o ocorrido e ele agradeceu, simpático, gentil…

A partir daquele dia, passamos a nos cruzar pelos corredores, na garagem, no elevador. Sempre com aquele sorriso e uma conversa leve, divertida.

Um dia, coincidimos na saída para o trabalho — e na volta também.

Quando o elevador fechou, ele brincou:

— Será que você está me seguindo? Ou quer me sequestrar?

Eu ri, meio sem graça, e respondi:

— Talvez seja você quem está me seguindo…

Piada boba, eu sei. Faz tempo que eu desaprendi a paquerar.

Alguns dias depois, nos encontramos de novo e ele me convidou para um open house que faria no fim de semana. Perguntei o que deveria levar, e ele, com aquele sorriso malicioso, respondeu:

— Só você já basta.

Pronto. Eu, claro, interpretei aquilo como um sinal dos deuses.

Me arrumei toda, maquiagem impecável, perfume na medida, ensaiei piadas e até a cruzada de pernas perfeita.

Quando cheguei, o apartamento estava cheio… animado, colorido, vibrante. Mas algo me pareceu curioso: a proporção de homens lindos — e acompanhados — estava alta demais.



Foi aí que entendi: era uma festa LGBTQIA+.

Meu vizinho lindo, delicioso e sorridente estava lá… de mãos dadas com o namorado. E, pra completar, ainda me apresentou uma amiga dele.

Saí daquela festa sem um amor e sem um encontro — mas, pelo menos, com um grupo novo de amigos maravilhosos e uma boa história pra contar.

Ainda me considero parte dos 1% sem sorte no jogo nem no amor. Mas sigo acreditando que um dia minha sorte muda.

Afinal, mulher de 50+ sofre… mas sofre com classe, batom e senso de humor.


Com Classe e Batom: O Verdadeiro Ganhador da Festa

E assim, a vida mais uma vez provou que nem sempre o final é o que planejamos — e que nem sempre a sorte nos beija na boca.

Mas se existe um aprendizado nesta saga de azar no amor, é o valor da autonomia e do senso de humor. Não encontrar um parceiro não significa fracasso; significa apenas que a busca continua, e que, no processo, podemos ganhar amigos maravilhosos.

Aos 50+, o mais importante é não perder a classe, o batom e, acima de tudo, a esperança e a capacidade de rir de si mesma. Continuar a jornada com leveza é, afinal, a nossa maior vitória.


Dra. Ana Flávia Dias



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Ana Flavia Dias
Sobre

Ana Flavia Dias

Ginecologista e terapeuta sexual... Amante da alma humana... Te ajudo a descobrir ou melhorar seu prazer sexual em todas as fases da vida.

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