A mulher que sou hoje saúda a mulher que já fui um dia
A mulher que sou hoje saúda a mulher que já fui um dia.
“Eu sei lá o que está acontecendo comigo, estou sentindo uma saudade enorme da minha adolescência, das coisas que sentia, das coisas que queria, da falta preocupação…parece que a vida de adulto engole a gente.”
Assim começava o discurso de Mariana.
Mariana me confidenciou que desde o último encontro de faculdade onde reencontrou seu namorado não parava de pensar nele. Às vezes, à noite, quando estava estressada e esgotada se masturbava pensando em como seria se agora tivessem a oportunidade de transar mais uma vez, uma única vez. Seria tão fantástico como já foi um dia?
Sabe aquela paixão que nos faz fazer loucuras e que quando estamos ali nem nos reconhecemos?
Lembro que uma vez que estávamos nos beijando no estacionamento do mercado dentro do carro, e quando estávamos quase transando o segurança nos expulsou.
Pode parecer estranho, mas eu não fiquei constrangida e sim excitada.
O interessante é que não me enxergo mais como aquela garota. Hoje se o segurança nos interrompesse morreria de vergonha, aliás nem me imagino transando no banco de trás de um canto, dizia ela.
Mas não posso mentir e dizer que não sinto um frio enorme na barriga quando penso nos momentos de sexo que já tivemos, eu sinto falta…não é do sexo é do frio na barriga. Eu sinto falta em ser aquela garota.
Não paro de fantasiar como seria nossas noites de sexo hoje adultos.
Ando atormentada e inquieta por conta disso…
Dessa vez eu não tinha lá grandes respostas para Mariana, fiquei pensando enquanto dirigia…
Será que na vida todo mundo não gostaria de viver uma paixão assim?
O interessante de paixões assim não é o que ela faz sexualmente com você, mas como ela nos faz ultrapassar nossos limites.
Até aonde você vai quando está ardendo de paixão? Existe limite?
Não posso negar que também sinto saudades de alguém que já fui, e me arrisco em dizer que muitas pessoas se sentem assim.
Mas mais uma vez usarei a lógica para dar conforto a Mariana.
Eu também sinto saudades da adolescente que já fui, da paixão que já senti, do frio na barriga e principalmente dos limites ultrapassados.
Mas nem por isso deixo de achar que a mulher que sou hoje não possa viver grandes paixões ou ultrapassar limites…só podemos descobrir vivendo e nos arriscando!
Enquanto eu finalizava essa história tocava no rádio…
“Bem que se quis depois de tudo ainda ser feliz, mas já não há caminhos para voltar…”
Dra Ana Dias
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