Dependência emocional e o nosso desejo de ser amada
Dependência emocional e o nosso desejo de ser amada
Para Lacan “O maior desejo do ser humano é ser desejado”. Queremos tanto ter um relacionamento, ser o objeto de desejo de alguém, que topamos fazer de tudo pra essa pessoa gostar da gente.
Como um funcionário do mês do amor vamos antecipando todas as vontades dessa pessoa, cozinhamos a comida prefira, cancelamos nossos compromissos pra cumprir a agenda dele e mesmo amando aquela sambinha, paramos de ir porque ele não gosta e, com isso, vamos nos transformando num camaleão; mudando nossa playlist, nossos gostos, nossos limites, nossa aparência; topamos até uma transa sem querer pra não deixar o alecrim dourado frustrado.
Estamos sempre pedindo desculpas e romantizando migalhas; nossa missão é fazer com que esse romance seja muito gostoso e prazeroso pra ele. Na dependência emocional estamos sempre nos diminuindo para caber no mundo de alguém.
Mas de que adianta ter uma relação amorosa e ficar o tempo todo experimentando ansiedade?
O Medo de perder nos faz ficar no joguinho do “tá tudo bem” pra manter um romance que mesmo nos causando desassossego, consegue suprir aquela ideia fixa de que “pelo menos estou namorando”. Pelo menos estou sendo desejada por alguém…
Para o dependente emocional estar com alguém é mais importante do que priorizar a própria saúde emocional, física e mental. Na dependência ignoramos sinais importantes e não entendemos que não basta querer se vincular a alguém, precisamos aprender a nos vincular da forma certa.
Pia Mellody, autora do livro “O Vício de Amar”, traz um conceito sobre a dependência emocional onde ela diz:
“A Dependência Emocional é o vício de perseguir o amor de outra pessoa pra preencher um vazio interno”.
O Dependente emocionalmente acredita que não é digno de amor e, portanto, precisa desesperadamente da aprovação e atenção de outra pessoa pra se sentir inteira; na dependência emocional o que acontece é que a gente confunde o querer com o precisar. Não conseguimos lidar com o que nos falta.
Mas qual seria o indicador de que estamos construindo vínculos saudáveis?
Quando, nutridas de amor próprio, deixamos de precisar desesperadamente do amor romântico.
Mara Tosato
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