Ela se honra por cada batalha que superou, em silêncio

Ela se honra por cada batalha que superou, em silêncio…

Ela se ama e se honra por cada batalha que enfrentou e superou. Batalhas silenciosas e solitárias. Foram incontáveis momentos deitada em posição fetal, buscando forças e direção. Ela não tinha com quem contar, não havia nenhuma mão estendida.

Ela era especialista em cuidar de todos a sua volta, enquanto o seu próprio mundo desabava. Que mulher incrível, nunca se rendeu, jamais entregou os pontos. Ela sempre encontrou uma forma de recomeçar, mesmo com todos os ventos soprando contra a sua caminhada.

Ela é linda, sim, com essa alma tatuada de cicatrizes. É uma beleza que transcende a estética. As suas passadas dizem que ela continua a ter fé na vida, em Deus e em si mesma. Cá entre nós, uma mulher que entra em contato com a própria força e se apropria dela, torna-se irresistível, né? Ela achou o seu lugar no mundo. Ela encontrou o seu universo particular.

Ela transmutou tantas dores, você não faz ideia. Ela renasceu em cada adversidade. Gigantesca é ela. Irreconhecível em sua versão atual. Nem parece aquela mulher que aceitava tão pouco, que nunca se posicionava. Que tinha pavor da ideia de ficar sozinha. Que não achava graça em si mesma. Que colocava qualquer um no pedestal e ficava embaixo à espera de alguma migalha.

Com o passar dos anos e das dores, ela foi adquirindo uma leveza que surpreende e inspira. Essa leveza é o resultado de uma compreensão de que ela não precisa de ninguém para sentir-se inteira. É uma tradução de um amor próprio que nasceu de parto fórceps. Sim, ela sangrou até aprender a se valorizar. Esse processo de se honrar não foi da noite para o dia. Foi uma construção lenta, um trabalho de formiguinha regado a muitas lágrimas.

Uma mulher forte, marcada pela vida, mas com um quê de borboleta, assim eu a percebo. Ex habitante de fundos de poços, hoje a sua morada é linda, adornada e aconchegante. Um lar compatível com as suas asas. Eu me refiro à casa interior dela, que ficou toda ornamentada depois que ela jogou todos os entulhos fora.

Eu passaria horas escrevendo sobre essa mulher que viveu tantos dramas, mas transborda poesia.

Obrigada por existir. Obrigada por nos inspirar. Obrigada por mostrar que podemos sempre recomeçar.

Você nasceu para voar!

Ivonete Rosa

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