Eu tenho uns orgasmos pendentes por aí…
Eu tenho uns orgasmos pendentes por aí…
Era um domingo ensolarado, em algum lugar tocava: ” I touch Myself.”
Mal sabia Maria que a letra dessa música tinha muito a ver com ela.
Tomando um café frio no auge dos seus 49 anos, recém separada, pensava em como se recolocar em um grupo.
Maria passou anos casada com Roberto.
Eles tinham sido amigos na adolescência e logo engataram um namoro-amizade.
Quando terminaram a faculdade estavam tão habituados um com outro que a única meta era casar.
O relacionamento fluía de uma forma bem tranquila. Não havia brigas, discussões, novos projetos.
O sexo desde sempre foi escasso, comum… não tinha aventura, paixão, desejo; mas como Roberto nunca reclamava ela também não questionava e não procurava mudanças.
Ultimamente Roberto andava calado, chegando tarde do trabalho.
O sexo que era escasso virou inexistente.
Certo dia Roberto pediu para terminar o relacionamento e disse que estava interessado em outra pessoa.
Afirmou que o sexo com essa pessoa era excitante, quente, cheio de paixão e que ele e Maria eram apenas um erro.
Disse friamente que ali era mais amizade do que romance e que eles nunca deveriam ter casado.
O estranho disso tudo é que Maria também queria mais sexo, mais desejo mais paixão, mas não sabia onde encontrar ou procurar…para falar a verdade, ela não sabia nem o que sentir… será que sexo não era só aquilo ali mesmo?
Enquanto desencaixotava suas coisas e pensava como seria sua nova vida, Maria encontrou um pacote do seu chá de lingerie.
Nele havia camisolas sensuais, géis e um vibrador. Coisas essas que ela nunca nem imaginava em usar.
Certa noite enquanto a chuva caia, Maria tropeçou na caixa e novamente se deparou com aqueles acessórios.
Como não tinha nada melhor para fazer resolveu experimentar o vibrador, o máximo que poderia ocorrer era das boas risadas…
Para sorte de Maria esse não foi o máximo que aconteceu. Tudo de repente fez sentido para ela: Desejo, paixão aventura… tudo numa única onda de sensações numa noite comum.
Recentemente encontrei Maria na rua. Ela estava completamente diferente: Sorriso no rosto, olhos brilhantes, andar empoderado.
O mais engraçado é enquanto Maria caminhava, observei que ela assobiava uma velha musica conhecida chamada ” I touch myself”, só que agora tudo fazia sentido.
Dra Ana Dias
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